domingo, 6 de fevereiro de 2011

A função.

Meu Boneco















Definitivamente, somos os pósitrons, os neutrinos, os píons e todas as particulas subatômicas que colidem umas com as outras para, no final, originarem em si mesmas. A comparação análoga, mas totalmente coerente, do mundo interno de cada um de nós, terá uma explicação perfeita - quase sempre - gravada na realidade última exterior. Jamais encerra, a energia, seu processo de transformação. Por toda a graça do universo, não somos estáticos. Enquanto particulas tem a probabilidade de serem encontradas em mais de um lugar, nós humanos temos a probabilidade de nos encontrarmos - uns com os outros - na linha do tempo. Em qual segundo, em qual milésimo seguinte terá inicio uma colisão de pensamentos? Não um debate empírico baseado em idealismos, mas vidas que, de fato, se entranham e buscam uma na outra, sua prórpia explicação. Sair de casa para procurar a si mesmo pode até fazer sentido. Quando no tecido espaço-tempo haverá um sentimento semelhante ao do mundo minúsculo das particulas? Porque sem dúvidas há um sentimento nelas. Quando e em que embate de pensamentos serão descartados as regras da sociedade e o egoismo? Talvez não desistir seja a verdadeira escolha, mas não porque é bonito. Sendo pragmático e agnóstico, não desistir simplesmente nos faz preencher todas as tentativas existentes nas probabilidades. É fato que, se tentarmos, iremos conseguir. Então são números? Porque se somos cercados e banhados pelo tempo, só cabemos nele, e só nele é possível realizar feitos. O que há para temer? Nossos propósitos estão bem guardados e protegidos pela fronteira do tempo. Dentro dele, tudo é possível. Guarde seu medo para o inexplicável, pois enquanto usarmos os números para expressar nosso conhecimento, todo resultado existirá. Não sabemos hoje, qual será a consequencia dos dados rolantes. Mas acredite, os dados estão rolando, e nunca param. Um segundo pode ser breve o suficiente, mas é sempre menor que o posterior, que intercepta nosso caminho como uma montanha nos olhos de um anão. Só podemos ver o agora. Então entram os números, projetando os possíveis resultados e consequencias por cima desse imenso segundo instantâneo. São úteis os números. São mágicos e coerentes. Todavia não podem expressar sentimentos. O sentimento é a conexão instantânea do seu interior com seu ponto equivalente no universo exterior. Quando reconhecidos, revelam-se um ao outro, e em um looping reflexivo, nascemos para o infinito - na eterna apresentação entre brahman e atman. Em última análise sou um número, pertencente ao conjunto dos desvairados, representado pela letra L, onde minha existência é dada pela função F(x)= x sendo x um número desvairado: {x Î L|L=∞<=>F(x)=x}.