quinta-feira, 15 de julho de 2010

Marujos do êxtase.

Êxtase











Do pouco uníssono, cordas vibrantes
não foi valsa
não foi tango
dançavam tontas e tortas
sem palco, sem graça
sem ensaio, afinando
algum tipo de som com flauta

E o Domingo é melhor
para a poeira ascendente
que flutua rodopiante e hipnótica, a galáxia
na faixa de Sol divergente

E as cordas cessam o vibrar
mudificando o Domingo
tiro das flautas, o limiar
com um som vinil
próximo ao ouvido

De olhos atrasados
abri por dentro um pensamento
planando grande e inteiro
no abstrato maciço momento

Compartilhei mais de noventa mil
cordas bambas
cercando meu Domingo vinil e galáctico,
que zanza

Até perdi de vista os pés da gente
ao perceber que éramos duas poeiras
anestesiados na galáxia navegante
da faixa de Sol divergente.

domingo, 11 de julho de 2010

O degustador.

Roda de Amigos















Eugênio provava de tudo
um pouco aqui, e daquela bebida
Terças, vinhos
Quartas, águas minerais
Quintas e Sextas, sucos de fruta
Sábados e Domingos, pudim e doces

Segundas, era descanso:
provava de dó à sol
no seu piano,
na falha do seu atabaque
no compasso das palmas
seu concerto monológico,
retificador de almas

Não nas Segundas
era oportunista
de vários sabores;
no descanso era astuto
com suas cordas, seus tambores

E a quadrilha feita num minuto:
olhos, mãos, e todo conjunto
fartos do mundo lógico e sua alergia
às Segundas eles eram
os ladrões da epifania.