segunda-feira, 7 de outubro de 2013

O arco.














Arpoador em tarde de Sábado
te reverbera um nocaute irreal
soco de punho pesado
assiste a onda me dichavar
espalhado no vento litoral

A pôr a dor [de lado] em tarde de Sábado
te regenera um Gestalt principal
pouco de um rascunho inventado
insiste a brisa incendiar
esmiuçado momento universal

Arqueador de tempo primordial
entorta o fim no começo e meio
me inebria a tua tatuagem tribal
desenho desmanche gravado
que descansa do pescoço ao seio

Laqueador orgânico espiritual
naquela tarde fui eleito
me levita a coluna vertebral
porque ligou minhas moléculas de outro jeito

Lar que eu vou aleatório e proposital
das probabilidades que arranco
me golpeiam palavras de porte feudal
na página que carrego em branco.

terça-feira, 1 de outubro de 2013

Tecnologia dominical.



















Toda tecnologia convertida
em uma manhã de Domingo nublada
emaranhados de fios
acompanham a descida
da ladeirinha mal inclinada

Quantas conversas mal entendidas
pouco interpretadas
ou semi-resolvidas
passeiam até madrugar
nos fios introvertidos
de vozes contraídas
que nos amargam o paladar

O fim do barulho desequilibrou-me o passo
numa viagem de livro inocente
dormia o cachorro, o gato e a vovó
já não sei o que caço
na soma dos quatro olhos da gente

Continuei assobiando
totalmente afinado em dó.