segunda-feira, 7 de junho de 2010

O projetor de sonhos.

Encostado na Poltrona













Troquei tudo.
Cambiei minhas cortinas
alternei minhas bermudas
mudei minhas camisas

Ladrilhei o teto
embuti o armário
fiz sete rádios de galena
pintei as lâmpadas
e agora os desenhos se lançam na parede

Investi na bolsa
comprei uma fábrica de asfalto, privatizada
asfaltei da minha casa
até a alvorada
e quando o Sol nasceu
mal pisquei os olhos
e o piche derreteu

Deprimido,
nomeei outro dono
e agora meu asfalto
em algum parque de Nova Iorque
apara as folhas de outono

Entrei com uma ação na justiça
e o governo me nomeou prefeito
e na ponta do lápis
planejei meu plano perfeito
aboli as vias aéreas e terrestres
e por nove dias implantei uma lei:
sejamos todos campestres
e enxerguemos quem nos conduz
seja onde for
vá de avestruz

Não deu muito certo
e o vice assumiu
então vendi meus vinhos
e comprei meu próprio barril

Acordei de uma vez
com sombras no quarto
sonhei o desenhado
daquilo que a lâmpada, na parede
havia lançado.

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