domingo, 1 de maio de 2011

Atropelamento retilíneo puntiforme.

Palavras pesadas











Comecei acordando,
e já na hora de sair,
fui correndo, aos poucos, e com pressa
com sono, com muita vírgula, com controle
cheguei no ponto, que era do ônibus
e fiz sinal, com a mão
que, sem querer, pro alto apontou
foi quando vi um traço rápido,
um corte na estampa atmosférica,
e não sei o que é, até agora,
mas acho que aprendi, se me permite explicar
e deixei de lado as vírgulas
tanto que só uso algumas
até quando não precisa: ,
sendo assim e tão rápido
aprendi controladamente a perder o controle
e sair correndo pro ponto do ônibus e trem das sete
para o táxi de qualquer minuto e a barca do cais
para a corrida para o abraço girante que não para
gira no giro da virada na esquina
e o abraço no fim é despedida
agora minhas vírgulas na gaveta
pegam poeira e estão usadas
velhas retorcidas
amareladas
para até que em fim e exausto
meu ponto final tenha sentido.
e que seja humilde e reconheça
a avalanche progressiva
de mil e tantos caracteres alucinados e tropeçantes
trotando como loucos sem estribeiras
para a historia inebriante
que existe no ponto de partida

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