sexta-feira, 15 de julho de 2011

Das alvoradas.





















Na parte interna das palpebras
é onde habitam teus sonhos
portanto, abaixa essa cortina dos teus olhos
perece por um momento de oito horas
e vede: como brilha a tua cortina!

Acorda depois na teia do susto
e descobre que o brilho era manhã
e já permeou todo céu
parece até que duram, os sonhos!

E a leviandade?
desfralda e acode a tua bandeira
pois logo vem o entardecer
e o vento volta do mar
com as oferendas e os barcos de papel
renda-se e vê tua garganta emudecer!

Pois lhe falta a força no salto
perdera-se nas seguidas reverências
agora esmaece teu joelho
já é tarde há muito
ajoelha de vez
ou levanta como a manhã!

Observa do alto teu corpo
uma casca, em eterna conjugação
ressonando em uníssono o baque
de prostrar-se de cócoras
que te saltem as idéias!
por sobre a nuca

E que teu lírico decole
com algo mais que a necessidade
desgruda tua casca do chão
e que molde numa flecha
setenta palavras irredutíveis
em um gesto curto de uma só ação.

Um comentário:

Igor Bernardo disse...

gostei muito desse! principalmente do começo!