Ao estudar uma porta, a chave feita para abri-la torna-se dispensável quando se tem um profundo conhecimento sobre a fechadura.
quarta-feira, 13 de julho de 2011
O idiotismo - Eram deuses, os idiotas?
O homem, depois de assim o ser, necessita de um tempo passado, do qual possa dizer de onde veio. Quando concretiza sua falha, consequência natural de sua busca, cria - ele mesmo - um sistema superior, onde insere seus receios, enganando-se ao pensar que as respostas serão dadas como mérito de sua covardia. Existir é demasiado fácil. Ser algo palpável ou plausível, ser algo que soe como um som audível em horas rotineiras: isso é um desafio. Não em si, mas por submeter a capacidade de escolha à vontade de querer. Isso, porque "a escolha" é sucessora da vontade. E não há vontade na existência. Só há vontade na ação - e toda ação é uma escolha - e a escolha é o homem num segundo.
Temos muitas vontades, e a mais fraca cria deus - o resolvedor de problemas. Deus, enquanto certeza, enquanto peixe vendido, enquanto não for questionado sobre sua estrutura, suas "escolhas" - porque a necessidade do homem em tê-lo, o fez a sua imagem e semelhança - será um deus estagnado. Algo como uma divindade que paira sobre a água morna de uma poça meio lamacenta. Só uma vontade pequena cria tal deus. Para essa situação, deus é produto da má vontade nos homens. Esse deus só nasce quando o homem conforma-se em existir, apenas.
Em certa análise, deus é um charlatão: um pensamento idiota cria um deus idiota. E a criatura pensante (de pensamentos toscos) torna-se deus de seus próprios pensamentos, e cria um ser a parte, esquecendo-se de seu ato. O idiotismo consiste na ignorância: ignora-se a mente e a consciência. Nessa linha, a consciência só tem como papel o pesar de pecados. O idiotismo é, em resumo, a desconsideração do homem como ser responsável por seus próprios atos. Agir, isso sim, é uma responsabilidade da realidade humana. Mas o homem não suporta ter que agir, e por isso monta um deus a parte de ações. Um deus charlatão é um fruto ignóbil de uma ideia insensata, e tal deus é tremenda irresponsabilidade da consciência humana. Tal deus não existe, pois recuso-me a aceitar insultos. Em um futuro próximo perguntarão: "Eram deuses, esses idiotas?". Sem muito penar por cima dos fatos, a resposta lhes será revelada: "...eram deuses. Deuses de sua própria estupidez".
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Um comentário:
Certo. Vamos ao comentário. Olhe, admiro bastante sua forma de pensar. Não se contém em resignar-se com toda " verdade" já dita. Mas sendo fraca, sinto-me um pouco atacada com esse seu pensamento.. Eu ainda considero todos esses dogmas dignos da realidade humana. Não posso simplesmente apagar minha condição de fraqueza diante do acaso. E esse acaso me alucina, pois não saber de onde este vem complica toda entendimento metafísico. No entanto, eu não me considero uma terra boa , onde qualquer ideia infame possa florescer. Acho que consigo sintetizar cada pensamento, a fim de colocá-lo no seu próprio lugar. Mas ainda assim eu acredito num superior...Em algo não palpável, e talvez nunca plausível....
Mil beijos, você é demais!
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