quarta-feira, 22 de julho de 2009

A redenção.



















As tropas estão posicionadas
capacetes, lanças e espadas
os soldados estão preparados
pais, filhos e bastardos
o chão já foi retirado
como um tapete de veludo
puxado dos pés do conde
o grito já foi expresso
da boca do filho do universo
E a batalha já tem início
de um lado os sãos
do outro, o hospício
de um lado, dão às mãos
do outro, correm o risco

Não há juiz, não há castigo
as faltas cometidas
citarão seu destino
não há fim, não há umbigo
todos nasceram do mesmo ventre
cada um será sucumbido
Aproximam-se velozmente
já é possível enxergar-se
na lâmina do inimigo

E os lados correm um ao outro
haverá então, um brinde comemorativo
Mas a vitória estará na taça erguida
ou no sacrifício do inimigo?
Já não há pensamento
a arma, agora, guia o guerreiro
logo será o momento
do cabalístico instante derradeiro

De um lado espadas
do outro, escudos
de um lado a lança
do outro, a esquiva
de um lado o ódio
do outro, a vida

Tudo será aqui
o sangue, o sabre e a lágrima
Tudo será aqui
avante e adiante,
até à lástima

Finalmente, então
espeta-se a arma no inimigo
não há som
não há glória
não há brilho
A vitória não será do pai
do bastardo,
e nem do filho

O universo está gotejando
dos olhos; do peito
está esgotando
no rasgo, no leito

A sobrevivência
não será daquele que mais matar
será, sim, o mérito
daquele que primeiro acordar.

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