domingo, 20 de abril de 2014

Amaro.


















Desenrolei, sem jeito
do papel verde e branco
seu gosto era amaro
só por ser breve

mordi derretendo;
chocolate acre
era um corpo
que já o meu

se desse em árvores
colheria maduro
e viveria impregnado
do agridoce que seria

ter meu corpo um outro
e ser pleno
às seis da tarde
quando se vai o dia

rindo do poder absoluto
de parecer imóvel
eu e chocolate
já somos parte da mobília

o amargo
vai entortar os prédios
e ondular o chão

remexe, chocolate derretido
e inunda de fel
todas as linhas da minha mão.

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