segunda-feira, 6 de abril de 2009

O resquício.




















De tal altura
ao atingir o chão
se teve espatifado
com os cacos em vão
criados pelo inesperado

O que se anda em frente
é o que torna sã, a mente
o que fica estilhaçado
não é mais meu,
é do passado.

Os fragmentos,
desfragmentados, e de mim, descolados
indicam que passei por ali,
indicam que vivi ali.

Faltando partes, do meu espírito
capengo em frente,
e ponho uma rocha,
em cada parte ausente,
de minh'alma,
que, como as rochas
torna-se fria, assim,
de repente.

Os olhos trabalham
vendo as imagens
que com força evoco
que com força,
deixo em foco
tentativa de tornar presente
o que já se foi
isso é a ausência,
me dizendo "oi".

Sua imagem se concentra
toda em mim, por inteira
tenho teus olhos
tenho tua mão, tua pele e corpo
te carrego por dentro, infinitamente
com medo de usar certas palavras,
que um dia usei, inevitavelmente.

O "sempre" que pensava
não se formava agora
ele existe estático
milênios daqui
esperando pra sempre, a promessa de alguém
que não soube aonde ir.

Um comentário:

Nany Rabello' disse...

Aquilo que fica grava em nós é tão forte que quase pode ser tocado. Parece até que você leu minha mente hj.. =) acabei de postar um texto quase sobre o mesmo tema.. ^^
Se cuida!